Por: Denise Porfírio
No Brasil, o dia 20 de novembro
representa um importante momento da história, especialmente para 52% da
população brasileira, que é representada por pretos e pardos. A data
lembra a morte do líder Zumbi dos Palmares, que lutou pela libertação
dos negros escravizados, durante o período colonial no país. Apesar da
data ter sido instituída como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra pela Lei 12.519/2011, ainda não é considerada feriado nacional.
A adesão ao feriado ou instituição de
ponto facultativo é decisão legal de cada estado ou município. Mais de
700 cidades já adotaram feriado, no Dia da Consciência Negra. A data é
considerada como uma ação afirmativa de promoção da igualdade racial e
uma referência para a população afrodescendente dedicada à reflexão
sobre as consequências do racismo e sobre a inserção do negro na
sociedade brasileira.
Caso seja sancionado pela presidente
Dilma Rousseff, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, será o
primeiro feriado do país originário da mobilização do movimento negro e o
nono feriado nacional, juntamente com as seguintes datas: 1º de janeiro
(Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia
do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro
(Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro
(Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).
Há ainda quatro datas comemorativas
flexíveis, as quais, embora popularmente conhecidas como feriados
nacionais, não são reconhecidas pela legislação brasileira – Terça-feira
de Carnaval, Sexta-feira da Paixão, Domingo de Páscoa e o Corpus
Christi.
Celebrações - As
atividades alusivas a este dia, são celebradas ao longo de todo mês de
novembro, ampliando os espaços de discussão sobre as questões raciais.
Um número cada vez mais significativo de entidades da sociedade civil,
principalmente o movimento negro, tem se mobilizado em todo o país, em
torno da participação do negro nas diferentes áreas da sociedade:
emprego, educação, segurança, saúde, entre outras.
Zumbi - Zumbi foi um
dos principais líderes do Quilombo do Palmares, em Alagoas, área usada
pelos escravos para fugir do domínio dos senhores de engenho. As
primeiras referências à Palmares são de 1580, na região da Serra da
Barriga, onde fica hoje o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Há
estimativas de que o quilombo resistiu mais de 100 anos.
O líder do Quilombo dos Palmares, no
final do século XV, era Ganga Zumba, tio de Zumbi. Em 1678, o governador
da Capitania de Pernambuco ofereceu um acordo de paz a Ganga Zumba, que
aceitou, mas nem todos concordaram. Aconteceu, então, uma rebelião,
liderada por Zumbi, que governou o grupo por 15 anos. Foram necessárias
18 expedições do governo português, liderados por bandeirantes, para
erradicar Palmares.
Zumbi adotou uma estratégia de defesa
baseada em táticas de guerrilha. Os bandeirantes descobriram, através de
um delator, o esconderijo do líder. E em 20 de novembro de 1695, eles
mataram Zumbi em uma emboscada. Sem outra liderança, Palmares sobreviveu
até 1710, quando se desfez. Desde 1995, Zumbi faz parte do panteão de
Herois da Pátria.
Hoje, os quilombolas, nome dado aos
descendentes dos moradores dos antigos quilombos, são reconhecidos e
suas áreas são demarcadas, a fim de protegê-los, contribuindo para a
manutenção das tradições e a ancestralidade da cultura negra.
Atualmente, 2002 comunidades remanescentes dos quilombos estão
certificadas pela Fundação Palmares e 1711 certidões foram emitidas.
FONTE: http://www.palmares.gov.br
2 comentários:
1/ CARLOS DE ASSUMPÇÃO – O maior poeta negro da historia do Brasil autor do poema o PROTESTO Hino Nacional da luta da Consciência Negra Afro-brasileira, em celebração completou 87 anos de vida. CARLOS DE ASSUMPÇÃO nasceu 23 de maio de 1927 em Tiete-SP completando 87 anos de vida com sua família, amigos e nós da ORGANIZAÇÃO NEGRA NACIONAL QUILOMBO O. N. N. Q. FUNDADO 20/11/1970 (E diversas entidades e admiradores parabenizam o aniversario de 87 anos do mestre poeta negro Carlos Assumpção) tivemos a honra orgulho e satisfação de ligar para a histórica pessoa desejando felicidades, saúde e agradecer a Carlos de Assunpção pela sua obra gigante, em especial o poema o Protesto que para muitos é o maior e o mais significante poema dos afros brasileiros o Hino Nacional dos negros. “O Protesto” é o poema mais emblemático dos Afros Brasileiros e uns das América Negra, a escravidão em sua dor e as cicatrizes contemporâneas da inconsciência pragmática da alta sociedade permanente perversa no Poema “O Protesto” foi lançado 1958, na alegria do Brasil campeão de futebol, mas havia impropriedades e povo brasileiro era mal condicionado e hoje na Copa Mundial de Futebol no Brasil 2014 o poema “O Protesto” de Carlos de Assunpção está mais vivo com o povo na revolução para (Queda da Bas. Brasil.tilha) as manifestações reivindicatórias por justiça social econômica do povo brasileiro que desperta na reflexão do vivo protesto.
O mestre Milton Santos dizia os versos do Protesto e o discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington. «I have a Dream» (Eu tenho um sonho) foram os dois maiores clamores pela liberdade, direitos, paz e justiça dos afros americanos. São centenas de jornalistas, críticos e intelectuais do Brasil e de todo mundo que elogia a (O Protesto) (Manifestação que é negra essência poderosa na transformação dos ideais do povo) obra enaltece com eloquência o divisor de águas inquestionável do racismo e cordialidade vigente do Brasil Mas a ditadura e o monopólio da mídia e manipulação das elites que dominam o Brasil censuram o poema Protesto de Carlos de Assunpção que é nosso protesto histórico e renasce e manifesta e congregam os negros e todos os oprimidos, injustiçados desta nação que faz a Copa do Mundo gastando bilhões para uma ilusão de um mês que poderá ser triste ou alegre para o povo brasileiro este mesmo que às vezes não tem ou economiza centavos para as necessidades básicas e até para sua sobrevivência e dos seus. No Brasil
.
Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
quilombonnq@bol.com.br
2/
.
Poema. Protesto de CARLOS DE ASSUMPÇÃO
Mesmo que voltem as costas
Às minhas palavras de fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar
Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras ouropéis nada
Nada me fará calar
Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o perceba
Muitos dos meus ancestrais
Já mortos há muito tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram visíveis
Sobre grilhões e correntes
Que no presente são invisíveis
Invisíveis mas existentes
Nos braços no pensamento
Nos passos nos sonhos na vida
De cada um dos que vivem
Juntos comigo enjeitados da Pátria
Senhores
O sangue dos meus avós
Que corre nas minhas veias
São gritos de rebeldia
Um dia talvez alguém perguntará
Comovido ante meu sofrimento
Quem é que esta gritando
Quem é que lamenta assim
Quem é
E eu responderei
Sou eu irmão
Irmão tu me desconheces
Sou eu aquele que se tornara
Vitima dos homens
Sou eu aquele que sendo homem
Foi vendido pelos homens
Em leilões em praça pública
Que foi vendido ou trocado
Como instrumento qualquer
Sou eu aquele que plantara
Os canaviais e cafezais
E os regou com suor e sangue
Aquele que sustentou
Sobre os ombros negros e fortes
O progresso do País
O que sofrera mil torturas
O que chorara inutilmente
O que dera tudo o que tinha
E hoje em dia não tem nada
Mas hoje grito não é
Pelo que já se passou
Que se passou é passado
Meu coração já perdoou
Hoje grito meu irmão
É porque depois de tudo
A justiça não chegou
Sou eu quem grita sou eu
O enganado no passado
Preterido no presente
Sou eu quem grita sou eu
Sou eu meu irmão aquele
Que viveu na prisão
Que trabalhou na prisão
Que sofreu na prisão
Para que fosse construído
O alicerce da nação
O alicerce da nação
Tem as pedras dos meus braços
Tem a cal das minhas lágrima
Por isso a nação é triste
É muito grande mas triste
É entre tanta gente triste
Irmão sou eu o mais triste
A minha história é contada
Com tintas de amargura
Um dia sob ovações e rosas de alegria
Jogaram-me de repente
Da prisão em que me achava
Para uma prisão mais ampla
Foi um cavalo de Tróia
A liberdade que me deram
Havia serpentes futuras
Sob o manto do entusiasmo
Um dia jogaram-me de repente
Como bagaços de cana
Como palhas de café
Como coisa imprestável
Que não servia mais pra nada
Um dia jogaram-me de repente
Nas sarjetas da rua do desamparo
Sob ovações e rosas de alegria
Sempre sonhara com a liberdade
Mas a liberdade que me deram
Foi mais ilusão que liberdade
Irmão sou eu quem grita
Eu tenho fortes razões
Irmão sou eu quem grita
Tenho mais necessidade
De gritar que de respirar
Mas irmão fica sabendo
Piedade não é o que eu quero
Piedade não me interessa
Os fracos pedem piedade
Eu quero coisa melhor
Eu não quero mais viver
No porão da sociedade
Não quero ser marginal
Quero entrar em toda parte
Quero ser bem recebido
Basta de humilhações
Minh'alma já está cansada
Eu quero o sol que é de todos
Ou alcanço tudo o que eu quero
Ou gritarei a noite inteira
Como gritam os vulcões
Como gritam os vendavais
Como grita o mar
E nem a morte terá força
Para me fazer calar.
Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
quilombonnq@bol.com.br
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